Objetivo é desenvolver de 16 a 18 tratamentos para 10 doenças com investimento de 650 milhões de euros
Depois de criar o maior pipeline de desenvolvimento de medicamentos do mundo voltado para as doenças mais negligenciadas, a iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, pelas siglas em inglês de Drugs for Neglected Diseases iniciative) revelou planos para uma abordagem mais flexível para construção de portfolio dinâmico. O objetivo é intergrar distintos modelos de funcionamento para responder melhor as necessidades dos pacientes, em especial aqueles em países de baixa e média renda, assim como abrir caminho para a inclusão de novas doenças no portfólio da DNDi.
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Como parte de seu Plano de Negócios, atualizado para o período 2015-2023, a DNDi continua com seu compromisso de desenvolver tratamentos para a doença do sono (tripanossomíase humana africana), as leishmanioses e a doença de Chagas, assim como para as filarioses e o HIV pediátrico. Após ter recentemente transferido suas atividades dedicadas à malária para a Medicines for Malaria Venture (MMV), a DNDi em breve lançará novos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para hepatite C e micetoma, duas doenças diferentes que compartilham – assim como outras questões importantes da saúde global, tais como resistência antimicrobiana – um desafio fundamental: o fato de o sistema de inovação biomédica atual não ter podido disponibilizar produtos seguros, eficazes e de qualidade que sejam acessíveis às populações mais carentes.
“Novas ameaças estão surgindo a uma velocidade vertiginosa no cenário de P&D voltada para a saúde global”, disse o Dr. Bernard Pécoul, Diretor Executivo da DNDi. “A DNDi continuará focada no desenvolvimento de tratamentos para as doenças mais negligenciadas, mas estamos agora em condições de aplicar novos modelos de P& nos quais as necessidades dos pacientes, e não o lucro, impulsionam o desenvolvimento de medicamentos, e onde os preços dos medicamentos são desvinculados do custo de desenvolvimento”, acrescentou.
O Plano de Negócios 2015-2023 foi elaborado por um processo de 24 meses de duração que envolveu uma consulta aprofundada com os parceiros fundadores da DNDi, governos, principais partes protagonistas do setor e especialistas em pesquisa em saúde global. Aprovado pelo Conselho Diretor em junho de 2015, o novo plano enfatiza o compromisso da DNDi em responder às necessidades dos pacientes negligenciados, enquanto permite mais flexibilidade para extender o portfólio de doenças para atender às necessidades ainda não atendidas destes pacientes e necessidades urgentes a medida que surjam. Uma gama de modelos operacionais e de apoio foi concebida para garantir que o engajamento da DNDi é adaptado e adequado às necessidades vigentes.
O alto custo de uma nova geração de medicamentos para a hepatite C, por exemplo, se tornou um dos desafios mais prementes no âmbito da saúde pública mundial, deixando milhões de pacientes desatendidos. Para desenvolver uma ferramenta de saúde pública com preço acessível para o tratamento da hepatite C, a DNDi conduzirá ensaios clínicos para testar combinações de drogas recém-aprovadas e compostos químicos já em estudos clínicos em países de renda média. Para micetoma, a DNDi vai testar um promissor candidato a a medicamento para esta doença devastadora e que para a qual não tem havido praticamente nenhuma P&D – relegando pacientes a drogas tóxicas e ineficazes. Para ajudar a lutar contra a ameaça global representada pela resistência antimicrobiana, a DNDi também criará uma força-tarefa interna, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para avaliar a possibilidade de criação de uma incubadora com o objetivo de abrigar uma nova iniciativa focada no desenvolvimento de antibióticos.
DNDi continuará desenvolvendo o pipeline, hoje com mais de 30 projetos para as doenças mais negligenciadas e, em seu 20º aniversário em 2023, pretende disponibilizar de 16 a 18 novos tratamentos com um orçamento total estimado em 650 milhões de euros. Importante destacar que a DNDi irá utilizar a sua experiência para defender e lutar por um cenário global de P&D que garanta tanto a inovação e o acesso equitativo dos pacientes às tecnologias de saúde.
“A crise causada pelo Ebola mostrou ao mundo a necessidade de colaborações realmente eficazes e de oferecer respostas em tempo hábil”, disse o professor Marcel Tanner, Presidente do Conselho Diretorda DNDi. “À medida que a organização amadurece, a DNDi continuará a aprender, inovar e adaptar seus modelos operacionais para garantir que a capacidade de P&D seja construída onde necessário enquanto continuamente identifique e aborde as necessidades dos pacientes negligenciados pela melhor ciência.”
Sobre a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi)
A iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) é uma organização sem fins lucrativos para pesquisa e desenvolvimento (P&D) de tratamentos para as doenças negligenciadas, em especial doença de Chagas, leishmanioses, doença do sono africana, filarioses, HIV pediátrico, micetoma e a hepatite C. Desde sua criação em 2003, a DNDi já produziu seis novos tratamentos – sendo dois no Brasil: uma formulação pediátrica do benznidazol para a doença de Chagas e o antimalárico em dose fixa ASMQ, além do ASAQ, outro antimalárico em dose fixa, um tratamento combinado nifurtimox-eflornitina (NECT) para doença do sono em fase avançada, o tratamento combinado de sódio estibogluconato e paromomicina (SSG&PM) para leishmaniose visceral na África e um conjunto de tratamentos combinados para leishmaniose visceral na Ásia. A DNDi foi criada pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF), pelo Conselho Indiano de Pesquisa Médica, pelo Instituto de Pesquisa Médica do Quênia, pela Fundação Oswaldo Cruz do Brasil, pelo Ministério da Saúde da Malásia e pelo Instituto Pasteur na França, tendo Programa Especial para Pesquisa e Capacitação em Doenças Tropicais (TDR) da OMS como observador permanente. www.dndi.org / www.dndial.org
Contatos de Comunicação
Betina Moura
bmoura@dndi.org
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