Não podemos olhar para o progresso que fizemos em nossas parcerias durante 2019 sem reconhecer que estamos enfrentando desafios sem precedentes.
Durante os primeiros cinco meses de 2020, a COVID-19 sobrecarregou alguns dos sistemas de saúde mais avançados do mundo. Neste momento, a capacidade de sistemas de saúde menos robustos de lidar com surtos de casos graves é muito limitada. Além disso, a baixa disponibilidade de equipamentos de proteção leva os profissionais de saúde a um nível de vulnerabilidade desproporcional frente à COVID-19.
A imensa maioria dos estudos sobre COVID-19 está sendo realizada em países de alta renda. A DNDi está mobilizando suas redes de colaboração para assegurar que as necessidades de populações que vivem em ambientes de recursos limitados sejam priorizadas na pesquisa e desenvolvimento de vacinas, diagnósticos e tratamentos para COVID-19.
“ Em nome do governo alemão, gostaria de agradecer nossa longa parceria com a DNDi, agora intensificada na luta contra a COVID-19. A pandemia salientou a necessidade de uma abordagem global e demonstrou as vantagens de instrumentos como as parcerias para o desenvolvimento de produtos. Acredito que o trabalho da DNDi irá acelerar o fornecimento de medicamentos e instrumentos confiáveis e acessíveis para todas as pessoas, inclusive as mais vulneráveis. ”
Em abril de 2020, a DNDi, em parceria com outras instituições, lançou a Coalizão de Pesquisa Clínica para COVID-19, no intuito de acelerar pesquisas absolutamente necessárias em contextos com recursos limitados. Mais de 250 membros, representando 168 instituições de 56 países, já fazem parte e trabalham para complementar os esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras partes interessadas na pesquisa de novas ferramentas para prevenção, diagnóstico e tratamento de COVID-19 em locais com recursos limitados. Liderados por especialistas em países de renda baixa e média (LMIC, na sigla em inglês), os membros estão dedicados a agilizar processos complexos e abordar questões cruciais como aprovação ética, regulação, fabricação, apoio e logística para ensaios clínicos, intercâmbio de dados, além de assegurar o acesso equitativo às novas ferramentas.
O que é a Coalizão de Pesquisa Clínica para COVID-19? Por que é necessário realizar estudos clínicos em contextos com recursos escassos? Como esta plataforma pode ajudar os pesquisadores de COVID-19 de forma concreta?
“ Os esforços para melhorar a capacidade de pesquisa, fazer intercâmbio de know-how, padronizar a coleta de dados e compartilhar resultados rapidamente são cruciais para o desenvolvimento e a implementação das ferramentas de que necessitamos para proteger profissionais de saúde e comunidades em países de renda baixa e média. ”
A DNDi e vários grupos de especialistas da Coalizão de Pesquisa Clínica para COVID-19 uniram forças para lançar o estudo clínico ANTICOV em cerca de 15 países africanos. O objetivo é identificar um ou dois tratamentos que possam ser usados para tratar casos leves e moderados de COVID-19 em seus estágios iniciais e prevenir a internação em massa, que geraria caos em sistemas de saúde frágeis. Liderado pelo Consórcio ANTICOV, o estudo pretende comparar o padrão atual de tratamento com outros tratamentos existentes redirecionados. Outros medicamentos podem ser agregados ao estudo, uma vez que ele foi concebido para permitir a inclusão de novos tratamentos a partir de sua disponibilização ou excluir aqueles que não estejam dando resultado. Poderão ser incluídos até 3 mil pacientes com casos leves de COVID-19 em 20 unidades.
“ Para nós, africanos, é importante fazer mais do que apenas aplicar conhecimentos científicos existentes sobre a COVID-19. Devemos fazer parte do grupo que está criando esse conhecimento. ”
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